Apenas um olhar sobre Parada de Gonta. Uma visão da realidade de ontem, de hoje, de sempre. A Aldeia que foi musa do Poeta, dos Poetas, Tomás Ribeiro, Branca de Gonta Colaço, Rodrigo de Melo...e berço de muitos artistas!
Domingo, 28 de Novembro de 2004
TOMÁS António RIBEIRO Ferreira 1831.1901

Que fresca aldeia formosa
Na margem do meu Pavia!
Tão branca, tão buliçosa,
Tão sussurrante e donosa
No seu copado arvoredo,
Como festiva fogaça,
Num dia de romaria,
Toda vestida de cassa;
Com lenço de seda verde
No airoso colo abraçado,
E um íris de mil matizes
Na breve cinta apertado;
E no peito, e no cabelo,
O mais completo jardim!
Não achais o quadro belo?
Pois bem, a aldeia era assim.
No centro grave e campeiro,
Se ergue o palácio da aldeia,
Num liso e largo terreiro
De anosos freixos moldado.
Era o Éden frequentado
Da aldeana rapazia,
Desse rancho descuidado,
Pai, filho, irmão da alegria.
E a casa que entre arvoredos
Ali sozinha vivia,
Tinha já musgosos muros,
Em que estreitas brancas listas
Se embutem na cantaria.
No centro, por sobre a porta,
Um brasão de fidalguia,
E, para o lado oriental,
Uma formosa capela
Tão vistosa e festival,
Que não se encontra mais bela
Noutra aldeia em Portugal.
Tomás Ribeiro
D.Jaime, Canto I, Flores da Aldeia
Sábado, 20 de Novembro de 2004
O Rio da Minha Aldeia!





O Rio Pavia refresca as margens da Freguesia numa caminhada serena até ao Dão.Passa aqui com as dádivas de dois outros cursos de água que, na zona do "Castro dos Três Rios" (a seu tempo aqui daremos a conhecer esse reduto dos antepassados), recebe as suas águas: Ribeira de Sasse e Ribeira de Asnes. Deixa no seu percurso belas paisagens naturais onde os vários moinhos de farinha (outrora férteis), um lagar de azeite e uma fábrica de lanifícios (esta já desactivada), se debruçam nas suas águas lembrando o quanto foi importante para a vida dos Paradenses que nos antecederam. Motor dos moinhos, lagar de Azeite e fábrica de lanifícios, fonte e alimento para agricultores e pescadores, praia fluvial para a pratica de desportos náuticos, o Rio Pavia foi perdendo esses atributos, não por vontade própria mas porque aqui, como infelizmente em muitos locais, o homem (aqueles com "h" pequeno) não teve lucidez nem inteligência para lhe garantir a sua beleza e a sua riqueza. Estranha forma de vida!
Quarta-feira, 17 de Novembro de 2004
Flores da Aldeia!
As flores da aldeia são puras e belas;
Suaves aromas, vivíssimas cores;
Os cravos altivos, as rosas singelas,
Suspiros sentidos, leais aos amores.
Quereis um raminho colhido por mim?...
Pois vinde comigo buscá-lo ao jardim.
D. Jaime, Tomás Ribeiro


Parada de Gonta, no coração de Portugal!
Parada de Gonta Freguesia do Concelho de Tondela e Distrito de Viseu, fica ali, ao lado do IP3 que, vindo da Figueira da Foz, atravessa a A1 (Lisboa/Porto) perto de Coimbra e continua rumo ao Norte passando por Tondela e Viseu. A cerca de 70 Kms de Coimbra, 12 de Tondela e 14 de Viseu, Parada de Gonta situa-se numa região entroncadamente serrana. Embora sofrendo influência da vasta planície do Vale de Besteiros e tocando profundamente a Região do Dão, a Freguesia estende-se entre os picos serranos da Estrela e Caramulo. De um lado a defendê-la como preciosidade intocável, ergue-se a Serra da Estrela e do outro, pelos mesmos motivos, diria o Poeta num momento de inspiração, está de sentinela a não menos vistosa e imponente Serra do Caramulo!
À VOLTA DA TERRA. UM OLHAR DISPERSO...ATENTO!
POIS BEM, A ALDEIA ERA (é) ASSIM!
"Além, e a poucas léguas da Serra da Estrela, d` esse gigante em corcovos de granito, que se estende em someno eterno no leito de Portugal e entre as velhas aldeias beirãs, destaca-se em variegado matiz de espessura, a formosa Parada de Gonta, tão cheia de encantos, de poesia, de suavidade e de perfume. Terra de gente honesta, hospitaleira e simples, cujo olhar sadio espelha o reflexo dalmas puras e cujo semblante alegre cintila mais que o fulgente brilho das cristalinas pedras. Ali, naquele recanto de Portugal, abençoado por Deus, distante do burburinho das cidades longe da corrupção e da política, fora do contacto de ambições e vaidades, não há infortúnios e tristezas, ostentação ou mentira, não há rancores nem ódios, fausto e opulência, não há miséria e não há pobres, porque não tem pobreza a terra em que se trabalha. É assim, e porque cada um dos filhos de Gonta mede a sua dedicação pela proporcionalidade do seu poder e valor, que as festas de Parada são monumento grande e lição severa, para quantos renegam a Pátria e fazem do berço um degrau apenas. Na feliz simplicidade de tão boa gente, nos poéticos encantos da pródiga natureza, e até no ar que se respira, está o segredo, a característica sublime de tão virtuosa qualidade". MASSANO,E. - "Apontamentos Biográficos, T.Ribeiro", Lisboa, 1894
Parada de Gonta, Aldeia Formosa!
Aldeia Formosa Parada de Gonta, bela.
Minha Terra de Natal,
Freguesia de Tondela
Aldeia de Portugal.
És formosa, tão segura
Entre serras, pelo vale,
Na natureza tão pura,
Alma nobre sem igual.
Tens a beleza da cor
Na rebeldia atrevida,
A paisagem deslumbrante
Debruçada no Pavia.
E a tua virtude é tanta
Um dom de Deus, quem diria,
És encanto para os nobres
Fonte e mesa para os pobres
E musa para a poesia !
CAH.2004
ENTRE! As vias estão abertas. Venha conhecer a Aldeia Formosa!