Na continuidade Neste espaço Há referências várias a Parada de Para já fica a |
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De Parada de Gonta: |
Da Serreta/Angra do Heroísmo: |
De Parada de Gonta: |
Serreta |
Parada de Gonta |
Embora sem grande profundidade e os conhecimentos, que seria desejável possuir, sobre os brasões e sua relação com as famílias nobres que representam, não quisemos deixar de trazer aqui a imagem que a história nos deixou no que se refere aos traços arquitectónicos e familiares dos ilustres que quiseram ajudar a construir esta Aldeia Formosa.
ESPERAMOS E APELAMOS AQUI, AO CONTRIBUTO DOS QUE NOS VISITAM NESTE blog, PARA QUE ESCREVAM ALGO QUE SAIBAM SOBRE A CARACTERIZAÇÃO DE CADA UM DOS BRASÕES E RESPECTIVAS FAMÍLIAS </strong>!</strong></strong>
Ao consultarmos o dicionário Portugal Antigo e Moderno de Pinho Leal, deparamos com a seguinte descrição: « É Parada de Gonta, uma povoação nobre, rica e bonita e, desde séculos, habitada por famílias ilustres, o que se prova pelos brasões de armas que adornam as fachadas dos prédios, alguns deles com oratórios ou capelas particulares. Ainda em 1830 havia neste lugar quatro missas diárias.Entre várias casas respeitáveis, se distinguem as dos srs. Pinho da Gama Bandeira Almeida de Loureiro Castello Branco Correia de Almeida e Vasconcellos Baroneza de Palma Souzas Melos, da Casa do Figueiral no Outeiro Real ( ). Ufana-se esta aldeia em ser pátria do sr. Thomáz António Ribeiro Ferreira (vulgarmente Thomaz Ribeiro), que nasceu no 1.º dia de Julho de 1831. É filho dos srs. João Emílio Ribeiro Ferreira e D.Maria Amália dAlbuquerque ( ). Os ascendentes paternos dos sr.Thomaz Ribeiro, são oriundos de Trancoso, e usaram dos apellidos Ribeiro Saraiva.
Brasão e Solar da Família Tomás Ribeiro. Foi vendido por seu neto, Tomás Colaço, em 1938, a Antonio Santana sendo mais tarde, por herança, da família Neri. Hoje é sede da ASSODREC uma colectividade de caracter social.
Solar e Brasão da Familia Tomás Ribeiro de Melo. Mantém-se ainda hoje, na descendencia da mesma familia.
Brasão e Solar da Familia do Visconde de Britiande. Foi vendido pelo neto Vasco Osório Teixeira de Magalhães, em 1972, a José Pereira Almeida.
Capela de Santo António fazendo parte do Solar do Visconde de Britiande.Possui um Brasão colocado por cima da janela da entrada principal.
</strong>DEIXE-NOS O SEU CONTRIBUTO1 CONTRIBUTO: para analisar Os ascendentes paternos de Ribeiro é A família Saraivas de Trancoso,tinha também nobre linhagem, cuja origem é Os Saraivas trazem por armas, escudo dividido em faixa sendo a 1.ª LEAL, Pinho Portugal |
Bom seria que outros contributos chegassem! |
Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Publicada no Diário da República III Série de 02/06/2003
Armas - Escudo de ouro, dois cachos de uvas de púrpura, folhados de verde e alinhados em faixa; em chefe, um livro aberto de prata, encadernado de azul, carregado de uma pena de vermelho, realçada de ouro, posta em banda; em campanha, torre de negro, aberta e iluminada de prata. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: PARADA DE GONTA .
Ao olhar Parada de Gonta encontramos, inevitavelmente, a Igreja, mais propriamente a sua imponente torre que se atravessa em cada linha do horizonte. O conhecimento da Freguesia passa obrigatoriamente pelo conhecimento da história da sua Igreja Paroquial, já que a sua construção coincidiu com a elevação de Parada de Gonta a Freguesia, no ano de 1884. Só dez anos depois foi inaugurada, juntamente com o Mercado Mensal, precisamente no dia 3 de Junho de 1894. O Jornal A FOLHA de 5 de Junho desse mesmo ano relata, com pormenor, toda a festa desse memorável domingo, da qual transcrevemos apenas o que respeita à Igreja Paroquial.
«A nova egreja de Parada é elegantíssima. Fica num dos pontos mais elevados da aldeia e perfeitamente desafogada. Sobe-se para o Adro por dois lanços de escadas de pedra, construídos com largueza. Em cima há um grande espaço de terreno, circundado já de pequenas pilastras de granito, que mais tarde hão-de sustentar o gradeamento de resguardo.
O templo foi construído em estylo ghótico e recebe luz por um enorme óculo sobre a porta principal e por seis altas janelas ogivaes, quatro abertas sobre o corpo da egreja, e duas sobre o altar-mor.
Além da entrada principal, há outra lateral voltada ao nascente, a do coro e as da casa da fábrica e sacristia. Estas duas dependências são amplas.
Todo o trabalho de cantaria e carpintaria está muito bem acabado.
A torre, que se avista de vários pontos e a grande distância, é encantadora.
O granito e materiais empregados são todos da localidade.
Interiormente o templo é duma grande singeleza.A capela-mor é espaçosa. Ao lado direito há um outro altar. Ambos elles e o púlpito são de gosto inteiramente novo. Não são doirados, mas invernizados. Tem coro e tem guarda-vento. Nossa Senhora da Conceição é o orago.
Com um subsídio de Bulla da Cruzada e mercê de donativos importantes de pessoas affeiçoadas ao Sr. Thomaz Ribeiro, a nova egreja tem algumas alfaias, entre ellas uma custódia, vaso de sacrário, cálix e galhetas, tudo de prata, tocheiros, sacras cruzes, etc. As imagens querem adquiri-las com o produto da Kermesse. Por agora vão-se utilisando com as da capella particular que servia de matriz.
Os sinos foram igualmente offerecidos por duas pessoas amigas do illustre poeta.
Como já dissemos, a egreja está perfeitamente desafogada e está numa eminência. A esplanada, que lhe fica em torno, vae ser ajardinada, e perto da egreja será construída a residência parochial. O jardim fica pertencendo à freguezia que nelle terá ingresso.
Contíguo é o vasto largo destinado ao mercado mensal.
O projecto foi do engenheiro senhor Lima e Cunha e do architecto Blanc, distincto autor do projecto do palácio da Industria, que há plano de levantar na Avenida de Lisboa.
Era director das obras publicas de Vizeu o sr. António Casimiro de Figueiredo quando se abriram os alicerces; veio depois Alexandre da Conceição, que sem despresar as primitivas linhas architectónicas, ampliou o projecto, que foi executado conscienciosamente pelo apparelhador José Maria da Fonseca.(
) O senhor comendador Recaldes Rodrigues Trigueiros, deu para a construção do templo um grande contingente de actividade e dexforços. Amigo particular do sr. Thomaz Ribeiro, considera como suas as coisas que a elle interessam e a ellas se dedica com extraordinária boa vontade. Aproveitamos o ensejo para agradecermos a sua exª as informações que teve a amabillidade de fornecer-nos.»
Cerca das 10 horas da manhã teve logar a RECEPÇÃO EPISCOPAL.
Grande multidão de povo, acompanhado por alguns membros do clero, alta burguezia, funccionarios publicos, militarismo, enfim, todos convidados do gentilíssimo poeta Thomaz Ribeiro, foram esperar ao Genegal sua excellencia reverendíssima o bispo d,esta diocese, acompanhando-o depois, procissionalmente, até ao interior da nova egreja.
À cerimonia da benção presidiu sua excellencia reverendíssima, paramentado de pontificial e acolytado pelo vigario geral sr. Antonio Augusto Rodrigues e seu secretario cónego Mattos observando a Iythurgia segundo o pontifical romano. Depois, seguiu-se a transladação do Santíssimo Sacramento da antiga capella para a nova egreja, sendo levado pelo prelado.
Às varas do palio pegavam, revesando-se, os seguintes cavalheiros:
Luiz Peixoto d' Alarcão, Miguel de Almeida Loureiro Castel Branco, Fernando d' Almeida Loureiro Castel Branco, Manoel Correia de Moura Coutinho, Dr. Antonio de Lacerda, presidente da camara de Tondella, João Recaldes Rodrigues,... Dr. Francisco de Mello Lemos e Alvellos e Frederico Correa de Moura Coutinho. Terminada a cerimonia do culto externo, procedeu-se á missa inaugural, com assistência do prelado.
Findo este acto religioso, abriu-se o pavilhão onde devia ter lugar a KERMESSE. Um elegante pavilhão, artisticamente decorado, terminando em pyramide conica e tendo a base em forma de plintho, servia de basar onde se vendiam e sorteavam as prendas.
As prendas... gentilissimas leitoras.
Um "spleenetico" obscuro, - o mais obscuro dos homens, por signal, - envia-Vos d' este logar, genialissimas Damas, o bravo mais enternecido, mais phrenetico, mais enthusiasta, mais eloquente, que labios humanos poderiam, ter pronunciado.
É que Vós captivaes com a Graça e com a Belleza, dôce dualidade santa. E quando estas duas qualidades se congraçam com o archanjo da Beneficencia, parece que a Vossa fronte refulge n' um clarão auroreal de Bemaventurança e Fé.
Senão, lá está o eminentíssimo poeta, esse grande génio cuja amabilidade nos captivou em extremo, - senão lá está o primoroso auctor do D. Jayme:
As flores da alma que se alteiam bellas
Puras singellas, orvalhadas vivas
Teem mais aromas e são mais Formosas
Do que as pobres rosas
N' um jardim captivas.
A "haute gomme" da elite dos convidados, - em trages garridos de verão, as senhoras, em aspecto solemne na gravidade das casacas pretas, os homens, - ostentava-se garridamente n' uma suavidade de tons que encantava.
N' aquela esthesia de Côres, oIhava-se: um arrabatamento. O produdo total das vendas foi de reis 120$00. O JANTAR correu animado por entre uma expansibilidade hilariante e jovial, ora esfusiando a gargalhada franca e estridulosa, ora arrebatando a sentimentalidade d' uma conversação fina e sedutora, como soe ser tudo o que brota da palavra vibrante e previlegiada do genial escriptor sr. conselheiro Thomaz Ribeiro. À noite soireé e recitação, dançando-se com todo o "entrain" até cerca das duas horas da madrugada. A falta de tempo e de espaço obriga-nos a terminar por aqui o "compte-rendu" d' uma festa que ficará eternamente gravada no coração dos paradenses, como symbolo immortal d' uma gloria que, por assim dizer, lhes tem vindo a servir de berço. Referimo-nos a Thomaz Ribeiro, incontestavelmente uma das nossas glorias nacionaes (...)».
JF. 1894
Pedra morena, entre árvores. A Igreja.
Alma beiroa a penetrar na gente.
-O céu é mais azul no ar transparente,
A estrada curva, entre pinhais branqueja.
A fonte. A escola. A paz de quem deseja
Ter na vida um destino de semente
-Dia em que nos requeima o sol ardente
E um crepúsculo tépido nos beija.
A vinha. O rio. A ponte. A casa antiga.
O milho a ondear. Risos de rapariga.
Volúpias sepulcrais da lua cheia.
Rebanhos. Um silvado e um caminho.
O forno aceso, à espera do moinho.
A enxada. A terra. O sonho.
- Oh minha Aldeia!
Tomás Ribeiro Colaço.
P A R A D A DE G O N T A