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Pesquisando sobre o Amigo, de Tomás Ribeiro, de Angra de Heroísmo conseguimos apenas obter estes dados que não sabemos se correspondem, efectivamente, ao Amigo do Poeta. Deixamos aqui o contributo apelando a quem possa investigar um pouco mais. "http://genealogia.sapo.pt/pessoas/pes_show.php?id=38848"
Luís António Nogueira 1830 Casou com Madalena Xavier Pinheiro. Teve apenas uma filha do casamento: Maria Madalena Pinheiro Nogueira 1861, que casou com Joaquim de Seabra Pessoa. Deste casamento nasceram Fernando António Nogueira de Seabra Pessoa 1888, não casou, +1935, e Jorge Nogueira Pessoa 1893 +1894.
Ao reler-mos Sons que Passam de Tomás Ribeiro, deparámos com um poema de referências amistosas entre o autor e um seu amigo de Angra do Heroísmo, com a seguinte dedicatória: (Ao meu particular amigo Luís António Nogueira, dAngra do Heroísmo, quando me participou o nascimento de sua primeira filha) ARBUSTO MANINHO Tu já tens visto arbustos na montanha que se vestem de flor na primavera, mas de pallida flor triste e inodosa, e a quem jamais dos vendavaes a sanha consentiu que ao pastor, à abelha, à fera, désse um fruto no outomno? Attenta agora para mim um momento, e hás de, sem custo achar o meu retrato nesse infecundo arbusto. Pensa depois em ti! Vê como é grato; após o trabalhar, achar-se um berço, ninho alvíssimo e quente, em que descança avesinha que ri!... És pae!...Ser pae é viver sempre immerso em ondas de poesia e desperança; é ser mais seu e não pensar em si; é transbordar damor; é derramar prazer do seio a flux; é correr, correr sempre cauteloso e não sair do quarto, em derredor do seu mórbido ninho, como anda a borboleta em torno à luz, a abelha em torno à flor; é pressentir um ai, e alvoroçar-se; aprender só de si que se resume o almo sustento para o caro implume em manjares
de leite e de carinho!... Ser pae é ser bendito do Senhor! Triste do ser que há de viver sósinho ser ver um fruro do bendito amor! triste do arbusto que nasceu maninho, ornando-o apenas
descorada flor! ma quis poupar a mim! depõe-na sobre o berço, e ao teu anjo dormente dize assim: Dorme, filha, meu thesoiro, ao som das vagas do mar! róseos anjos dazas doiro venham teu somno embalar! No mez dos cantos e flores nasceste, ó rosa gentil! Deus te dê éden damores, e aromas dum longo Abril! Primeira estrella fagueira denamorado pallor, primeira flor da roseira, primeiro beijo damor Crôem-te os íris da esprança, formem teu leito os rosaes, mensageira de bonança, pomba da arca de teus pães. Bafeje a Virgem teus olhos; o Senhor te firme o andar; o vento varra os abrolhos do chão que tens de pisar! Dorme, filha, meu thesouro, que eu velo e guardo-te aqui! róseos anjos dazas doiro segredam em torno de ti! Bem longe, em saudade immerso, tenho um amigo, um irmão que te daria por berço, minha filha, o coração! Sons que Passam, 7ª edição, pp93-96 Tomás Ribeiro (1.ª edição em 1867)