Homenagem aos que já partiram para o sono eterno!
Lembrando Tomás Ribeiro e todos os PARADENSES que repousam no cemitério de Parada de Gonta!
...
Meu Portugal, meu berço de inocente;
lisa estrada que andei débil infante;
variado jardim do adolescente,
meu laranjal em flor sempre odorante,
minha tarde de amor, meu dia ardente,
minha noite de estrelas rutilante,
meu vergado pomar dum rico Outono,
sê meu berço final do último sono!
(
)
Por ti canto, meu berço de inocente;
lisa estrada que andei débil infante;
meu viçoso jardim de adolescente,
meu laranjal em flor sempre odorante,
minha tarde de amor, meu dia ardente,
minha noite de estrelas rutilante.
Tu
dá-me ao cerrar noite o meu Inverno,
Um leito funeral ao sono eterno!
Há alguns anos atrás, as Quintas, definiam os grandes proprietários rurais que viviam das riquezas que o trabalho agrícola lhes fornecia. Nos dias de hoje muitas delas são apenas destino de férias e espaços de lazer.
A exploração agrícola deu lugar, a negócios na área do turismo rural habitação, desporto e aventura, espaços de cultura, etc. Sinais dos tempos que orientam a procura de novos espaços rurais aproximando, cada vez mais, o Homem e a Natureza!
Em Parada de Gonta há também alguns destes grandes espaços verdes!Muitos deles pertenceram (alguns ainda se mantêm na descendência, outros foram passando para novos proprietários) a famílias nobres. É o caso da Quinta de St.º António, com o Solar dos Viscondes de Britiande, situada no Largo do Terreiro, onde Tomás Ribeiro fez viver as principais cenas do seu livro D.Jaime.
Trazemos aqui algumas Quintas de Parada de Gonta. Aquelas que se mantêm identificadas nas suas entradas!
QUINTA DOS TRÊS RIOS: Exposta a leste da Aldeia. Estende-se numa encosta voltada à Serra da Estrela sendo atravessada pelo Rio Pavia que recebe, ali perto, mais dois afluentes (Ribeira de Sasse e Ribeira de Asnes). Possui ainda a Fábrica de Lanifícios (já desactivada - ver post: http://paradadegonta.blogs.sapo.pt/arquivo/2005_05.html) e uma casa de habitação.
QUINTA DE SANTO ANTÓNIO: Situada no Centro da Aldeia, está enquadrada por um conjunto arquitectónico bastante antigo, onde se incluem o Solar Tomás Ribeiro situado na Quinta da Fonte Figueira (possuindo hoje vários proprietários) e a Casa de S. José da Família Ribeiro de Melo, com a sua torre solarenga.
QUINTA DO LAVADOIRO: Próxima da Quinta de Stº António, situada a sul desta, possui uma casa de habitação reconstruída. A pedra granítica foi revestida pelo cimento.O grande manto verde de outrora, foi-se dividindo por vários proprietários. É visível ainda a velha palmeira que se ergue no pátio de entrada da habitação e a placa que lhe dá nome, cravada no cimento da parede.
QUINTA DA ENCOSTA DO SOL POENTE: Exposta ao sol da tarde, Situa-se a oeste da Aldeia, numa zona de vasto manto verde, voltada para a Serra do Caramulo. Possui designação recente, atribuída pelo seu actual proprietário.
Casas da Aldeia, numa visão histórica sobre os traços da habitação típica de Parada de Gonta, mostrando algumas das mais características.
Embora muitas delas já não existam tal como as imagens representam (algumas foram recuperadas, reconstruídas e outras, infelizmente, demolidas), podemos verificar o tipo de construção, granítica, que dominava.
Habitações humildes construídas com materiais da Freguesia, granito e madeira, vindos das pedreiras da localidade, nomeadamente da zona da «vide» onde foi retirada a pedra para a construção da Igreja Paroquial, permitiam igualmente a aplicação da mão de obra própria pedreiros e carpinteiros, profissionais qualificados que a Freguesia ainda hoje possui.
Podemos apreciar as varandas típicas desenhadas em losango e adornadas com parreiras de videiras ou plantas de jardim.
Janelas totalmente de madeira em casas mais humildes ou janelas duplas abrindo na vertical, com quadrículas de vidro, é também demonstrativo da evolução dos tempos e das possibilidades económicas dos seus proprietários.
Estas casas estendem-se um pouco por toda a Aldeia, embora se encontrem em maior quantidade e visivelmente melhor conservadas no centro da Freguesia, zona mais antiga.
A arquitectura das habitações adequava-se aos espaços disponíveis obedecendo a uma lógica de poupança através da sua ligação em série minimizando os materiais necessários e ganhando no aquecimento natural, já que outro não existia.
Os compartimentos pouco espaçosos, adequavam-se igualmente à diminuição dos gastos e quase todas as habitações possuíam uma «adega» no rés-do-chão, para além de «currais» destinados à criação de animais domésticos para consumo próprio ou para venda.