Apenas um olhar sobre Parada de Gonta. Uma visão da realidade de ontem, de hoje, de sempre. A Aldeia que foi musa do Poeta, dos Poetas, Tomás Ribeiro, Branca de Gonta Colaço, Rodrigo de Melo...e berço de muitos artistas!
Domingo, 8 de Maio de 2005
Fábrica de Lanifícios. 100 Anos de Desenvolvimento!

fabrica de lanificios.operarios.1955.jpg A Fábrica de Lanifícios em Parada de Gonta, é hoje um monte de ruínas à beira-rio plantado. Outrora, motor de desenvolvimento na Freguesia, foi ao longo de muitos anos alimento para muitos Paradenses que ali trabalhavam produzindo diversos tipos de tecido, cobertores e várias peças de vestuário, que seguiam para as grandes cidades do País e estrangeiro.

Construída em 1870 em terras de Tomás Ribeiro aproveitando uma queda de água com potencialidades para gerar a força capaz de possibilitar o funcionamento da maquinaria necessária, viveu tempos de grande sucesso comercial através da gestão dos seus proprietários Syder & D’olne. Cristina de Gonta Colaço, filha da Poetisa Branca de Gonta Colaço, refere na “Folha de Tondela” que o seu avô Tomás Ribeiro perante um certo declínio da então Fábrica de Lanifícios, «…fez com que Joe Syder, irmão de Ann Charlotte Syder (Mãe de Branca de Gonta e Irene de Gonta) fosse morar por uns tempos em Parada para ajudar a que a fábrica de tecelagem (…) se reorganizasse e voltasse a ser próspera. Refere ainda que aquele seu «Tio-avô Syder era muito entendido em fabrico de tecelagens (…), que gostou imenso de viver em Parada e que até se apaixonou por uma linda menina da aldeia de quem teve cinco filhos: - Cármen, Carlos, José (o Zeca) e Aninhas. Todos tiveram filhos (menos a minha muito querida prima Maria Syder Hubert Dias, que faleceu no ano passado com grande pena minha e de todos quantos a conheciam.».

No ano de 1894, a Fábrica de Lanifícios tinha as seguintes características: - A fachada da frente possuía três andares e as laterais dois, num edifício com 60 metros de comprimento e 22 de largura. Uma enorme roda hidráulica com 2,50m de largura e 9 m de diâmetro, alimentava a força motriz produzida pela corrente de água que para ali era desviada do Rio Pavia, num potencial de força equivalente a 50 cavalos. Uma máquina a vapor, de 30 cavalos de força, era utilizada para fornecer vapor às máquinas da casa do acabamento e montada de forma que no caso de estiagem pudesse substituir ou auxiliar a roda hidráulica.
fabrica.logotipo.anos70.jpg
No primeiro pavimento ficava o armazém da matéria-prima, o do fiado e a casa do acabamento, na qual se podiam admirar outras interessantes maquinas, das quais a mais importante era a que cremos chamar-se ramula, que servia para dar à fazenda a largura desejada, bem como para a secar completamente depois do piso, lavagem, passagem pelas prensas a vapor, etc. No segundo pavimento, um vasto salão de 45 metros de comprimento por 22 de largo, estavam colocadas 2 fiações de 400 fusos, 15 teares mecânicos, 25 teares manuais, 1 escolhedeira, 3 maquinas de retorcer fio, urdideiras e outros aparelhos acessórios. O terceiro pavimento destinava-se a armazém para depósito de fazendas em via de acabamento para inspecção, escritórios e salas de atendimento. A sua produção, na época, tinha saída imediata.Quem a visitava apenas via armazenado meia dúzia de xales, cobertores e outras poucas peças que serviam de amostras. Os seus produtos destinavam-se a Lisboa e Porto, especialmente à Casa Grandella e Grandes Armazéns Hermínios. Trabalhavam ali, diariamente, cerca de cem pessoas de ambos os sexos.

Em meados do século passado, a Fábrica de Lanifícios passou para a família “Videira” que detinha outra do mesmo ramo no Portodinho (Stª Ovaia de Cima). Em 1975, já nas mãos dos herdeiros – família Correia Teles, um incêndio destruiu esta indústria de Lanifícios, não mais sendo recuperada. Possui, actualmente, novos proprietários, desconhecendo-se qual o destino que pretendem dar-lhe.

"Folha de Tondela” de 08.06.1984
Jornal “A Folha” de 05.06. 1894












publicado por paradadegonta às 01:58
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8 comentários:
De Anónimo a 26 de Maio de 2005 às 05:33
OLá! Primo!
Como vcs estão?
mostrei a minha vó a foto.
muito legal o teu blog!!!!!!
é muito bom conhecer a cultura De Parada De Gonta!!!
O senhor não teu um fotoblog?
queremos ver como estais!!
Um Grande Abraço pra Vocês e muito obrigado pelos comentários no meu blog!!!!!!!Thiago Henriques Konzen Nunes.
(http://thiagokonzen.nafoto.net)
(mailto:thiagokonzen@ig.com.br)


De Anónimo a 23 de Maio de 2005 às 02:06
Ola amigo´:) estive aqui algum tempinho para que fossem abertas as tuas fotos, mas ligada a linha telefonica normal nao dá :| Em junho vou voltar ao ADSL. O que postei as 2 ultimas vezes foi no emprego. Mas deu para eu ver o quanto homenageas as tuas raízes a tua terra mãe. Voltarei e deixo Beijinho *Lina
(http://acordomar.blogs.sapo.pt)
(mailto:linahopes@msn.com)


De Anónimo a 18 de Maio de 2005 às 23:31
Parada de Gonta é sem dúvida a terra que gostaria de visitar... quando e como não sei... talvez num próximo aniversário ou nalguma festa comemorativa dos vossos talentos e da tua arte de escrever. Um abraçoBlueyes41
(http://silvarosamaria.blogs.sapo.pt)
(mailto:rosasilva@vodafone.pt)


De Anónimo a 11 de Maio de 2005 às 17:15
Mais uma página de história de Parada de Gonta! Pena foi terem práticamente acabado as fábricas de lanificios. Por todo o país as que existem, sobrevivem com grande dificuladade. Um abraço.segundavida
(http://segundavida.blogs.sapo.pt/)
(mailto:melo887@sapo.pt)


De Anónimo a 8 de Maio de 2005 às 10:15
Guiando-me pela foto diria que são enormes instalações industriais, portuguesas do anos 30(?), em ruína, num sítio lindíssimo beirando um rio (garrafas e sacos de plástico?) com margens arborizadas, (ideal para praia fluvial?) ou seja, o país!anónimo
</a>
(mailto:noadress@nada.pt)


De Anónimo a 8 de Maio de 2005 às 09:48
È de facto pena que o Textil Beira Alta seja um monte de ruinas. Bazooka
(http://gamvis.blogspot.com)
(mailto:)


De Anónimo a 8 de Maio de 2005 às 02:32
Mais um traço da história de Parada de Gonta muito bem contada e documentada.O pão que essa fábrica já deu.É pena estar como está, mas também nada se pode fazer porque é de privados.Excelente Carlos.Bom fim de semana. Um abraço.Agostinho
(http://arteagostinho.blogs.sapo.pt)
(mailto:ag_silva@hotmail.com)


De Sabugas a 1 de Novembro de 2009 às 19:16
Para quem conhece as potencialidades de Parada De Gonta, reconhece que parou no tempo, nao no tempo de desenvolvimento mas no tempo de aldeia com potencial empregador....
Pena porque apesar de viver na aldeia vizinha de Sabugosa e conhecendo Parada De Gonta como eu conheço, é de lamentar o estado da fabrica em questão que em tempos deu trabalho ao meu pai, aos meus tios e demais pessoas da familia ....


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